11 janeiro 2013

Fun With Flags



O termo “World Wide Web” (vulgo dáblio dáblio dáblio) já foi um dia e até bem pouco tempo atrás, sinônimo de um espaço de aproximação global, conectando computadores (e, por consequência, pessoas) de todo o mundo.

Não vou me estender aqui sobre como a Internet mudou (e ainda continua mudando) o planeta.  Contudo, na era do compartilhamento, com a evolução da tecnologia, já não é mais tão fácil olhar o quintal do seu vizinho do outro lado do mundo, especialmente se você está interessado em conteúdo multimídia.

O que começou como um recurso para colocar a bandeirinha de um país no campo de endereço do browser, hoje se transformou numa guerra de fronteiras onde a “web” não é mais tão “world” assim.
Ao acessar um site fora de seu país, você provavelmente já esbarrou em algo parecido com “este conteúdo não está disponível para sua região”. Isso começou com vídeos, mas está se disseminando para vários tipos de conteúdo.

Eu sou um dos maiores defensores da privacidade que eu conheço. Num cotidiano onde postar no Twitter “estou na casa da vovó” ou tirar uma foto do próprio pé e colocar no Instagram (ou pobregram, neste caso), eu prefiro tornar público apenas o que não considero privado (isso parece óbvio, mas não é).

Contudo, também sou um dos mais hostis inimigos da hipocrisia. Se você, espontaneamente colocou algum conteúdo na web, e este conteúdo não é um produto de seu trabalho que você está comercializando, ou é privado por razões legais, este conteúdo é público.

Agora existem “guardas de fronteira” na Internet, criando uma espécie de “segregação” disfarçada. O grande pretexto é o “conteúdo personalizado”.

Se você tentar acessar um site da Samsung fora do Brasil, sem saber exatamente o endereço externo – e às vezes nem assim – você vai ser redirecionado (jogado) de volta ao site brasileiro. E daí que o software que você precisa, livre para download, só existe no site americano?

Se eu clico num resultado de busca no Google, ele me oferece para traduzir a página. Se eu não estiver conectado com uma conta Google ele irá me oferecer isso várias vezes, mesmo que eu desative para o idioma cuja tradução me é oferecida. E daí que a tradução é de péssima qualidade?

Se eu quero assistir um vídeo no Youtube, eu recebo a mensagem de que o idioma foi escolhido para mim.

Percebem? Eu - ainda - posso escolher as opções que eu prefiro. Mas somente depois que uma opção foi escolhida para mim. Empresas como Google, Microsoft, Facebook estão gentilmente direcionando sua navegação na Internet.

O novo Windows 8 tem todos os seus recursos integrados a uma conta Microsoft (inclusive a plataforma de jogos XBOX). O mesmo que a conta Google já faz há algum tempo, só que agora no seu computador, na sua casa. A quantidade sites que oferecem o login “mais fácil” com a sua conta Facebook, fazem o mesmo para a rede social.
 
Quando você menos espera, o seu novo cadastro em um site que você acabou de fazer já tem sua foto, seu email, suas preferências, amigos...

O uso comercial de tudo isso não é a parte que me assusta. Mas a cada dia que passa, ao se conectar á Internet, você está diante não de um mundo de informações interligadas, mas de uma gaiola totalmente personalizada, onde as grades são invisíveis e o conforto é, aparentemente, imenso.


09 janeiro 2013

Reação em Cadeia



O fenômeno Facebook atinge nossas vidas de diferentes formas. Uma das mais importantes para mim foi a possibilidade de reencontrar pessoas que eu não via há muito, e reuni-las para novos encontros muito gratificantes.

Também é um excelente espaço para compartilhar (mais uma palavra que ficou marcada pelo uso na internet no Brasil, seu significado  não é clique aqui) suas fotos, idéias (sou contra o acordo ortográfico, para mim idéia sempre terá acento), links de uma forma mais instantânea e eficiente do que um blog como esse que você está lendo. Provavelmente você veio para cá através de um link no Facebook...

Contudo, todo tráfego desta rede me chama atenção por dois motivos: o primeiro é que milhões de pessoas em rede são antes de tudo, um público alvo para vários mercados. Não é à toa que tantas empresas tem sua página em uma rede “social”. E não há problema nenhum nisso, desde que você tenha direito de escolha e direito à sua privacidade. 

Recentemente algumas mudanças aconteceram na maneira como o Facebook torna ou não públicos os seus posts. Não tem mais volta, mas verifique com cuidado suas opções de privacidade. Algumas práticas como a ordem em que posts aparecem em seu mural (eles são ordenados de acordo com  políticas internas , envolvendo anúncios, remuneração, relevância de acordo com suas preferências ), quem pode ver seus posts se você não configurar sua privacidade e coisas assim. Alguns programas permitem que você não fique totalmente refém desses detalhes como o Socialfixer .

Um outro motivo são as campanhas. O Facebook se tornou o espaço favorito de muitas delas. Elas vão desde o simples “Se você gosta de A , clique em Curtir, se você gosta de B, clique em compartilhar” até movimentos que se organizam por causa justas e dignas. O número de compartilhamentos de ambos os extremos  pode atingir dezenas de milhares, ou até mesmo milhões.

O lado bom desse fato é que você consegue ver pessoas totalmente distantes se unirem em torno de um motivo comum muito rapidamente, facilitando a comunicação de uma forma impossível há alguns anos atrás.

O lado ruim é que clicar em compartilhar parece ser o suficiente para que se fique com a consciência tranquila. A rede social deixa de ser um instrumento de união para ser uma desculpa. “Ah, eu já compartilhei” “Rumo à um milhão de compartilhamentos”. 

O Facebook por si só, não muda nada. Torne pública sua indignação, isso ajuda muito, o desabafo nos alivia. Mas não espere que o mundo mude apenas por que você “Curtiu”.
Use a rede do Facebook com consciência. Pense antes de postar. Decida se o que você está compartilhando é para alguns ou é público. 

Para variar, no final, tudo acontece porque você tomou uma decisão, seja ela qual for. Você é responsável por sua vida, logo por suas escolhas. E, se você não vive em uma caverna nos montes perdidos do NuncaNunca...isso afeta o mundo à sua volta.