21 dezembro 2012

Fim do mundo é o..


Ok. não se pode mesmo confiar nesses povos antigos. Ou os Maias eram muito ruins nos cálculos ou estavam "sem retorno" (essa é só para iniciados).

Então, o mundo não acabou, eu vou ter que me virar pra pagar as contas mesmo desempregado, tudo no meu Estado está sendo vendido, continuo sendo roubado com uma das mais altas cargas tributárias do planeta, o calor está fazendo camelo pedir água, minha ceia vai ter uma foto de chester na mesa (se tiver tinta na impressora), não posso sorrir sem mostrar o dente quebrado...MAS

Ainda continuo bem casado, com minha, amiga, parceira e companheira de batalha, Thereza.

Ainda tenho amigos. Reencontrei alguns da velha guarda, e fizemos a música ressoar e demos uma volta no tempo. Que nos atinge na entropia, mas não na essência.

Ainda me emociono, me importo, me enraiveço, fico indignado,...

Ainda continuo me achando um ser de outra galáxia, sabendo que há mais de minha espécie presa neste planeta, e que a espécie "cerumano" deveria ser varrida daqui.

A árvore de Natal está armada. Com suas luzes piscando, e trazendo um pouco daquela reconfortante sensação de que pelo menos por uma noite, a gente pode relaxar, e compartilhar alegria com quem está próximo.

Ainda tenho você, leitor (a), que tem paciência de ler minhas mal digitadas linhas e idéias, e quem sabe, se distrair um pouco.

Portanto, uma vez que o mundo não acabou mesmo, desejo a todos um bom Natal. Busque a emoção de estar com quem você gosta mais do que o presente que você ganhou (ou não). Se você não tem pessoas com quem compartilhar e está lendo isso, sente-se à minha mesa virtual e seja bem vindo (a). 

Pelo menos neste momento, você não está sozinho (a).

Um brinde.

11 dezembro 2012

Tudo que é bom dura.


Outro dia um amigo meu reclamou no Facebook da qualidade das atrações musicais do "Domingão do Faustão". Eu respondi falando sobre a qualidade do próprio programa e outras coisas mais. Mas fiquei intrigado.

Será que eu estaria ficando velho e intolerante com as novidades musicais? Em parte, talvez. Posso mencionar um ou outro vocalista, grupo ou banda mais recente... Mas a maioria só de nome. Faz tempo que não ouço rádio que não seja jornalística. As estações “musicais” tocam muita bobagem, tem muitos anúncios e pouca música – ou então é uma rádio que tem alguma programação especial.

E das poucas vezes que ouço não me arrependo de não o estar fazendo. E o mal atinge ambas as MPBs (Música Popular Brasileira - e Britânica, segundo meu amigo acima). Mas consideremos alguns fatos

Quando eu tocava na noite, percebia um processo bastante comum. O público (daqui pra frente estou sendo bastante parcial e genérico com a palavra público) quer ouvir suas músicas preferidas, não importa se quem as executa é um exímio músico profissional, ou se é alguém que decorou a versão simplificada do arranjo ou desafina ou não sabe a letra. Contanto que algum som seja familiar, o público aplaude e fica feliz.

Os sucessos de massa (que atingem uma porção maior do “público”) são melodias ou ritmos de fácil assimilação e reprodução. Se associados a qualquer conotação sexual, o contágio “viral” é exponencialmente elevado. A qualidade quase nunca está em jogo, e sim a diversão. Todo mundo dança igual e  canta igual ao fenômeno da TV. Repetir “ad infinitum” até o próximo hit tornar o anterior obsoleto.

Todos esses sucessos tem uma fórmula. Escolha um gênero, pegue os módulos (clichês) e adicione ritmo e - se você tiver sorte - alguma melodia. Pronto, sucesso instantâneo.
E porque é sucesso é bom? Como sempre, gosto é discutível, mau gosto cada um tem o seu. Na maioria das vezes, creio que não.

Juntemos a isso a facilidade que se tem hoje de se utilizar um computador para gravar, editar, filmar e tornar público seu lado músico/cantor. Isso é fantástico para os novos talentos. Infelizmente, para o novo lixo também.

A aceitação de qualquer um (ou todos esses produtos) só se revela como um analisador da profunda estagnação do raciocínio e a alienação do ser humano como um ser pensante, e sua adequação ao “status quo” de “vaca de presépio”. Um outro amigo teorizou uma época sobre o “gen gado” que se ativa nas pessoas suscetíveis a esse tipo de manipulação, referendado por elas mesmas. Nem toda droga é do tipo ilícito.

O mais interessante é que música e ritmo são meios de comunicação tão universais, que as mesmas pessoas que boa parte das pessoas que ouvem o “lixo”, também são capazes de assistir em silêncio uma orquestra sinfônica ou música de qualidade, produzida e executada por músicos de talento.

Os bons músicos, os que não têm espaço no programa de domingo, os que não tocam nas rádios, operam nas trincheiras, e tem seu público cativo.


E aqui, que não se confunda bons músicos com músicos “da antiga”, mas da competência. Nem tudo que é antigo é bom como nem tudo que é novo é uma droga. Mas o que é bom dura. Resta aos novos bons provarem que irão durar tanto quanto os antigos bons. Não é uma tarefa fácil, porém, também não é uma tarefa impossível.

10 dezembro 2012

A precisão dos Maias



Fim de ano, desempregado, 48 anos, disparando mais curriculi que balas de metralhadora de filme de ação em 3D...Os Maias bem que podiam estar certos.